sexta-feira, 23 de maio de 2014

I've got my visa!


Siiiiiiiiiiiiiim, meu visto foi aprovado!!!!!!!!!!!!! Olha, na minha opinião, a parte entre marcar o visto e ter o visto aprovado é a parte mais difícil de todas.
A gente sabe que nessa vida de pré-au pair/au pair ansiedade é um sentimento que tá ali sempre presente. Entretanto, o nosso sonho depende crucialmente do bendito visto. Logo, pra mim, foi a parte mais complicada emocionalmente falando. Entre o dia em que marquei a minha entrevista e o dia em que ela aconteceu, passou-se pouco mais de um mês. Foi um mês contando os dias para que chegasse logo e quanto mais perto estava, mais ansiosa eu ficava. Foi uma semana sem dormir direito, tendo pesadelos todos os dias com os mais loucos e inimagináveis cenários. O pior de tudo era que ninguém entendia pelo que eu estava passando, eu não podia conversar sobre isso com ninguém. Foi angustiante.
Eu tive que viajar até Recife, que é onde tem o consulado mais perto de onde eu moro (Ceará). Viajei sozinha e fiquei hospedada na casa de um amigo da minha irmã, que mora bem pertinho do consulado. Detalhe: quem depende do consulado de Recife fica totalmente à mercê do tempo, pois se chover forte alaga a rua do consulado e eles cancelam as entrevistas do dia. Se a minha fosse cancelada, eu teria que pagar outra passagem de avião pra voltar, então some isso à ansiedade de saber se o visto seria aprovado.
Cheguei em Recife no dia 11 de maio, à tarde. Avisei ao representante da Expert que ia me encontrar na cidade e nós marcamos de nos encontrarmos no dia seguinte, antes de eu ir ao CASV. Confesso que fiquei em pânico, pois tinha medo do cara não aparecer (ele iria me entregar o meu DS-2019 e o comprovante de pagamento da taxa SEVIS). Ele se atrasou um pouco (nessa hora eu já não tinha mais unhas pra roer), mas deu tudo certo. Ele me entregou um papel pra preencher (em inglês, pra testar meu nível de fluência) e em seguida me deu o DS e a SEVIS.  
No dia do CASV foi bem tranquilo. Cheguei lá uma hora mais cedo, porém NÃO FAÇA ISSO. Não adianta. Só pode entrar no CASV (e também no consulado) 15 minutos antes do seu horário agendado. Depois de esperar uma hora do lado de fora, entrei, coloquei os dedos lá na máquina de digitais, tiraram minha foto e pronto. Não foi 10 minutos ao todo. Levei o celular pois precisaria chamar o taxi depois pra voltar e foi super tranquilo. Eles só pedem pra tirar a bateria e deixam você entrar tranquilamente.
No outro dia era a temida entrevista do visto. O meu horário agendado foi às 10h. Acordei às 7h e olhei logo se estava chovendo ou não. Como eu sou a pessoa mais azarada desse mundo, é claro que estava chovendo. Era uma chuvinha fina e meia-boca, só pra fazer raiva mesmo, sabe? Fiquei em pânico e pedi ao universo que me desse só até as 10h sem chover e depois o céu poderia desabar. Pois não é que fui atendida? Parou de chover minutos antes de eu sair de casa.
Saí às 9:30, pois o consulado ficava a apenas 600m de onde eu estava hospedada (anotei as instruções de como chegar lá diretamente do google maps numa folha de ofício, já que não pode levar o celular). Cheguei lá rapidinho e já me deixaram entrar. Na porta pedem pra ver a página de confirmação de preenchimento do DS-160 e o passaporte. A mulherzinha da porta marca que tá OK e diz pra entrar. Pouco mais à frente tem outra mulher que confere os documentos. Ela pede pra ver o passaporte, o DS-2019 e o comprovante de pagamento da taxa SEVIS. Daí ela fica com esses documentos e manda você sentar nas cadeiras que ficam tipo num pátio, onde tem um monte de gente esperando também.
Depois de esperar bastante, pelo que parece ser uma eternidade (não sei dizer o tempo preciso de espera, já que eu não tinha relógio), ela vai chamando algumas pessoas e quando é a sua vez, ela te entrega o passaporte com o DS-2019 dentro. Daí você entra no consulado e fica em uma fila em pé. A espera é mais curta, porém não menos angustiante. Daí finalmente chega sua vez de ser entrevistada. A cônsul que me entrevistou foi uma gordinha aparentemente super legal e logo quando eu vi ela da fila já pensei “eu quero ser entrevistada por ela”.
De fato ela era muito legal. Já começou dizendo, sorridente: “Oi, bom dia, como você está?” Sorri largamente e respondi “ótima e você?” Ela pediu meu passaporte e o DS-2019 e já falou logo, abrindo e lendo o documento – em inglês a partir daqui “Ah, você vai ser au pair?” Respondi em inglês (sempre sorrindo e sendo simpática) que esperava que sim.  Daí ela perguntou pra onde eu ia e antes de eu responder ela já falou: “Ah, Massachussets?” Falei que sim, que ia pra Boston. Ela me perguntou se eu já tinha viajado pro exterior (não), se eu tinha experiências prévias com crianças (sim e falei da minha experiência), se eu já tinha falado com a família e se eu sabia de quantas crianças ia cuidar (sim, e falei os nomes e as idades dos meninos). Perguntou com quem eu morava aqui (com meus pais e irmãos), o que os meus pais faziam e se eles me apoiavam. Perguntou também o que eu fazia no Brasil, quando falei que estudava ela perguntou o que (estudo jornalismo). Depois perguntou o que eu ia estudar lá nos EUA, falei que iria estudar English as a Second Language (ESL). Ela perguntou como eu conheci o programa. Falei que tinha sido pela internet e também porque minha irmã já foi au pair. Ela perguntou se minha irmã voltou depois de um ano e eu respondi que sim. E então ela disse “o seu visto foi aprovado, espera só eu preencher esses papeis”. E aí começou a digitar no computador.
Nessa hora meu olho encheu de lágrima e eu quis pular aquele vidro e abraçar ela, mas claro que só disse “obrigada, ok”. Então ela pegou um folheto e disse “tenho algumas informações pra te passar, você prefere inglês ou português?”. Respondi que inglês mesmo (a entrevista inteira foi em inglês). Ela pegou um folheto lá, arregalou os olhos e me disse “Olhe, você direitos nos EUA.” E então começou a explicar que eu tinha direito ao salário mínimo, que eu tinha direito a guardar meu passaporte comigo (gente?) e que qualquer coisa que acontecesse eu poderia ligar para a polícia no 911. Se eu não conhecesse a família, teria ficado com medo haha. Então ela disse que eu lesse aquele folheto antes de viajar e que meu passaporte, visto e DS-2019 iriam chegar na minha casa. Ela me disse também que eu mantivesse eles sempre na minha carry-on, nunca na mala despachada. Me desejou uma boa viagem e tchau.
Saí do consulado querendo chorar e pular de felicidade ao mesmo tempo. Foi bem mais tranquilo do que eu imaginava. Ela não quis ver nenhum documento meu, nem umzinho. Além dos documentos de praxe, minha irmã me fez levar uma pasta cheia de folha em branco, que era pra pensarem que eu estava cheia de documentos hahaha
Enfim, agora posso focar na faculdade que eu tô cheia de trabalho pra fazer nesse fim de semestre corrido. Depois é pensar no que vou levar na mala, nos presentes pra kids e pra host, na festa de despedida, no que preciso comprar antes de ir, etc. Mas isso é conversa para o próximo post.  

2 comentários:

  1. menina! que bom que foi bem tranquilo! vc ta indo por qual empresa?

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    1. Foi sim! Tô indo pela Expert Au Pair. São uns amores e é tudo bem fácil com eles.

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